No arranque da temporada, Miguel Veloso, repescado do “secundário” Olivais e Moscavide para o plantel principal dos leões, não era mais do que um “outsider” e uma segunda opção para preencher eventuais lacunas no onze por baixas de outros jogadores com maior tarimba. Porém, mais de meia época depois, os números de utilização não enganam: Miguel Veloso vai granjeando, não só os elogios da crítica, como também dos especialistas – veja-se o painel apresentado por O JOGO na página 15 –, tendo em conta, sobretudo, as suas actuações no meio-campo, onde, é unânime a opinião, mais se tem destacado e onde pode contribuir mais decisivamente para o êxito colectivo da equipa, fruto da verticalidade que coloca em prática e do seu bom posicionamento defensivo, entre outros atributos e qualidades.

Paulo Sousa, Carlos Manuel, Carlos Xavier e Beto, todos eles com passado ligado ao emblema de Alvalade e com experiência na posição de médio-defensivo, analisam as qualidades do talento formado nas escolas do Sporting, aconselhando e defendendo a sua utilização precisamente no “miolo”, como “regista” e cérebro da distribuição e organização de jogo da equipa.

As qualidades técnicas são decisivas para essa verticalidade, tal como a sua inteligência, conhecimento do jogo em si e capacidade de resolver lances difíceis fruto da boa interpretação das movimentações de colegas e adversários. Tacticamente, o seu posicionamento é também elogiado, e os “especialistas” não esquecem, ainda, a sua maturidade e capacidade mental.

A sua influência na equipa vai crescendo, pois soma dez jogos consecutivos a ser utilizado, beneficiando da sua polivalência para actuar como defesa-central, no esquema alternativo 3-4-1-2, ou como médio-defensivo, no clássico 4-4-2 losango.