Perdemos mais uma vez por 2-1 com dois livres de Karagounis e 1 de Nuno Gomes.
Mais doloroso do que perder novamente com a Grécia e a humilhação de sofrer dois golos igualzinhos de livre de Karagounis foi observar a falta de consistência das segundas escolhas de Scolari e ver a quase total impotência da selecção para jogar futebol frente a uma equipa que deveria estar ao seu alcance.
É verdade que é a campeã europeia, mas nada justifica a clara superioridade técnica e táctica com que envolveu os lusitanos. Apenas se salvou quem estava ali para lutar pela vidinha João Moutinho, Miguel Veloso e Carlos Martins, todos a lutar desperadamente por um lugar no próximo Campeonato da Europa. Os outros jogaram pouquinho e Quaresma voltou a provar que Cristiano Ronaldo é absolutamente indispensável.
Destaque também para a boa execução do golo português, fabricado pela dupla Hugo Almeida/Nuno Gomes. No entanto, números são números. Duas derrotas em jogos particulares, neste ano, chegam e bastam para assustar um Portugal que deseja ser campeão europeu. Mesmo que Scolari não o assuma agora. Não precisa. Já o assumiu no ano passado.
Se Portugal já revelou sérias deficiências a jogar como equipa nos últimos meses, já se esperava que o cenário piorasse radicalmente. E confirmou-se, por diversas razões. Sem quatro jogadores titulares de caras no Euro 2008 (Cristiano Ronaldo, Maniche, Bosingwa e Deco) e ainda sem outros dois com hipóteses reais de o ser (Nani e Petit), a selecção lusa registou escassa alma e nenhum colectivo.
Era, normalmente, aflitivo ver a equipa tentar colocar a bola no meio-campo adversário, conseguindo-o apenas um par de vezes no lado direito, através de iniciativas de Moutinho, de Carlos Martins ou de Paulo Ferreira.
Por seu lado, Ricardo Quaresma está a meter-se "a jeito" para passar a quarta opção no que respeita a extremos no próximo Europeu. Esperava-se muito dele, dos seus malabarismos e toques espectaculares, para lutar contra a muralha grega, mas não criou qualquer desequilíbrio. Muito pegado à bola e pouco esclarecido, foi uma desilusão. Cristiano Ronaldo, Nani e Simão são, para já, jogadores bem mais sólidos e em muito melhor forma.
Moutinho foi o melhor
João Moutinho foi uma boa surpresa na partida de ontem à noite. Entrou aos 17 minutos para substituir o lesionado Simão e o jogo português mudou para melhor, fruto da sua visão de jogo e da forma entusiasmada como se entrega. Criou diferenças na intermediária, mas não contava com o primeiro golo de Karagounis. Portugal voltou à estaca zero, jogando a passo, sem soluções, e o capitão leonino também baixou ligeiramente os braços.
Durante a enxurrada grega, que invadiu grande parte da segunda parte, foi o que mais se esforçou e esse suor deverá ser, em princípio, recompensado por Luiz Felipe Scolari.
Miguel Veloso e Carlos Martins também estiveram a um bom nível, tornando ainda mais difícil a missão do Sargentão. Jorge Ribeiro, por seu turno, esforçou-se, mas dificilmente rumará à Suíça.
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Adoro-te Miguel Veloso!!!!! Amo-te p'ra sempre João Moutinho!!!!!!!!!!